quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

TEXTO 2º ANO EM 1º BM fevereiro 2017

OS INDICADORES SOCIAIS
Os indicadores sociais são meios utilizados para designar os países como sendo: Ricos (desenvolvidos), Em Desenvolvimento (economia emergente) ou Pobres (subdesenvolvidos). Com isso, organismos internacionais analisam os países segundo a:

• Expectativa de vida (É a média de anos de vida de uma pessoa em determinado país).

• Taxa de mortalidade (Corresponde ao número de pessoas que morreram durante o ano).

• Taxa de mortalidade infantil (Corresponde ao número de crianças que morrem antes de completar 1 ano).

• Taxa de analfabetismo (Corresponde ao percentual de pessoas que não sabem ler e nem escrever).

• Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, baseada na paridade de poder de compra dos habitantes.
• Saúde (Refere-se à qualidade da saúde da população).

• Alimentação (Refere-se à alimentação mínima que uma pessoa necessita, cerca de 2.500 calorias, e se essa alimentação é balanceada).

• Condições médico-sanitárias (Acesso a esgoto, água tratada, pavimentação etc.)

• Qualidade de vida e acesso ao consumo (Correspondem ao número de carros, de computadores, televisores, celulares, acesso à internet entre outros).


IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) 

Foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) para tentar medir o grau econômico e, principalmente, como as pessoas estão vivendo nos países de todo o mundo.

O IDH avalia os países em uma escala de 0 a 1. O índice 1 não foi alcançado por nenhum país do mundo, pois tal índice iria significar que determinado país apresenta uma realidade quase que perfeita, por exemplo, uma elevada renda per capita, expectativa de vida de 90 anos e assim por diante.

Também é bom ressaltar que não existe nenhum país do mundo com índice 0, pois se isso ocorresse era o mesmo que apresentar, por exemplo, taxas de analfabetismo de 100% e todos os outros indicadores em níveis desastrosos.


Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

EXERCICIOS - 1 ANO - EM fevereiro 2017 1º Bm



terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

3º ano EM - fevereiro de 2017


ORIENTE MÉDIO

GEOGRAFIA

A região do Oriente Médio é composta por 15 países, com uma população estimada de 260 milhões de habitantes.

A região que compreende o Oriente Médio está localizada na porção oeste do continente asiático, conhecida como Ásia ocidental. Possui extensão territorial de mais de 6,8 milhões de quilômetros quadrados, com população estimada de 260 milhões de habitantes. É composta por 15 países: Afeganistão, Arábia Saudita, Bahrain, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria, Turquia.

Clima:
O clima do Oriente Médio é árido e semiárido, o que proporciona o predomínio de uma paisagem vegetal marcada pela presença de espécies xerófilas (nas áreas de clima árido), ou de estepes e pradarias (nas áreas de clima semiárido). Apenas pequenas faixas de terra, na porção litorânea, apresentam climas um pouco mais úmidos, onde há presença de formações vegetais arbustivas.


Atividades Econômicas:
O petróleo é o principal produto responsável pela economia dos países do Oriente Médio. Nessa região está localizada a maior concentração mundial dessa fonte energética (aproximadamente 65% de todo o petróleo mundial). Essa grande quantidade de petróleo, aliada a fatores econômicos e políticos, criou as condições para a formação, em 1960, de um dos mais importantes cartéis do mundo atual, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

Outra atividade econômica importante no Oriente Médio é a agropecuária. Por ser realizada dominantemente de forma tradicional, com uso de pouca tecnologia e mecanização, essa atividade incorpora cerca de 40% da população economicamente ativa. O predomínio de climas áridos e semiáridos na região é bastante prejudicial para o desenvolvimento dessa atividade econômica.

A atividade industrial no Oriente Médio apresenta pouca expressividade. Nos países petrolíferos, há a existência de refinarias e petroquímicas. Outras indústrias se relacionam aos setores mais tradicionais, como o têxtil e o alimentício.

O turismo é outra atividade que vem apresentando importância para alguns países do Oriente Médio, a exemplo de Israel e Turquia (que recebem cerca de 2,5 milhões de turistas por ano).

Religiões:
No Oriente Médio, aproximadamente 238 milhões de pessoas (cerca de 92% da população) são muçulmanas. A maioria pertence às seitas sunita e xiita (sugeridas logo após a morte do profeta Maomé, em 632 d.C.). Há grupos menores de mulçumanos, como os drusos e os alauitas.

A região abriga ainda cerca de 13 milhões de cristãos, muitos de igrejas árabes, como a copta ou a maronita, que estão entre as mais antigas do cristianismo. Além disso, também vivem no Oriente Médio cerca de 6 milhões de judeus, quase todos em Israel. A migração desses deu-se em ondas, originárias primeiro da Europa e, depois, de todo o mundo. Por isso, no Estado judeu encontram-se inúmeros grupos étnicos cujas culturas, tradições, orientações políticas e práticas religiosas variam muito e são livremente expressas.


Consequências dos conflitos no Oriente Médio
Conflitos:
A região do Oriente Médio é uma das áreas mais conflituosas do mundo. Diversos fatores contribuem para isso, entre eles: a sua própria história; origem dos conflitos entre árabes, israelenses e palestinos; a posição geográfica, no contato entre três continentes; suas condições naturais, pois a maior parte dos países ali localizados é dependente de água de países vizinhos; a presença de recursos estratégicos no subsolo, caso específico do petróleo; posição no contexto geopolítico mundial.

As fronteiras das novas nações, definidas de acordo com interesses europeus, não consideraram a história e as tradições locais, consequentemente vários conflitos ocorreram e continuam ocorrendo no Oriente Médio.
Os novos Estados árabes – Iraque, Kuwait, Síria, Líbano, Jordânia – brigaram por recursos naturais e território. O conflito mais grave ocorreu na Palestina, para onde, até o fim da Segunda Guerra, havia migrado meio milhão de judeus. Quando foi criado o Estado de Israel, cinco países árabes atacaram, na primeira das seis guerras entre árabes e israelenses.

Jerusalém:
Os cartógrafos medievais situavam Jerusalém no centro do mundo e, para muita gente, a Cidade Velha continua a ser assim considerada. Para os Judeus, o Muro das Lamentações, parte do Segundo Templo, é o local mais sagrado de todos. Acima dele está o Domo da Rocha, o terceiro local mais importante no islamismo, de onde Maomé subiu aos céus. A poucos quarteirões dali, a Igreja do Santo Sepulcro assinala o local tradicional da crucificação, do enterro e da ressurreição de Jesus. Israel reivindica a cidade como sua capital eterna; já os palestinos a querem como capital de seu Estado.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

2º ano EM - fevereiro de 2017

TEORIAS DEMOGRÁFICAS
GEOGRAFIA
As principais teorias demográficas que abordam o ritmo de crescimento populacional são a malthusiana, a neomalthusiana, a reformista e a de transição demográfica.

A relação entre o número de pessoas e a quantidade de recursos disponíveis para alimentá-las e satisfazer o seu nível de consumo sempre foi motivo de grande preocupação. Afinal, os recursos naturais disponíveis serão capazes de, no futuro, atender aos sucessivos crescimentos populacionais?
Essas questões já foram há muito tempo formuladas, e diferentes respostas surgiram. Trata-se das teorias demográficas, também chamadas de teorias do crescimento demográfico. A primeira delas foi a proposta por Thomas Malthus, conhecida como Malthusianismo.
Malthusianismo

Thomas Robert Malthus (1766-1834), economista liberal e historiador inglês, elaborou ao final do século XVIII uma teoria populacional que apontava para o desequilíbrio existente entre os crescimentos demográficos e a disponibilidade de recursos na Terra. Em seu livro Ensaio sobre o princípio da população, ele afirmava categoricamente que o planeta, em pouco tempo, não seria capaz de atender ao número de habitantes existentes.
De acordo com a Teoria Malthusiana, as populações aceleravam sempre o seu ritmo de crescimento, que seguia a linha de uma progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, …), enquanto a disponibilidade de recursos e de alimentos aumentaria conforme uma progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, …), sendo menor, portanto.
Como solução, Malthus apontava para o controle moral da população. Em virtude de sua filiação religiosa, ele era contra a adoção de qualquer tipo de método contraceptivo, dizendo que os casais só deveriam procriar caso houvesse condições para sustentar seus filhos. Além disso, Malthus também dizia que os trabalhadores mais pobres deveriam apenas receber o mínimo para o seu sustento, pois acreditava que a melhoria nas condições sociais elevaria ainda mais o número de nascimentos.
Apesar de suas previsões serem fundamentadas em dados demográficos de sua época, Malthus errou em subestimar os avanços tecnológicos nos processos de produção, que fizeram com que a oferta de recursos e alimentos se ampliasse muito acima do previsto. Além disso, observa-se atualmente que a tendência é que as sociedades mais desenvolvidas gerem menos filhos, ao contrário do que o economista inglês imaginava.
Teoria reformista ou marxista
Muitas contestações foram feitas ao pensamento de Malthus, frequentemente acusado de legitimar os efeitos perversos da economia capitalista sobre a desigualdade social e favorecer os ideais da burguesia. Afinal, a teoria malthusiana sugeria que a miséria e a disseminação de doenças, catástrofes e guerras ajudariam a conter o crescimento populacional acentuado.
O socialista utópico do século XIX, Pierre-Joseph Proudhon, afirmava: “Há somente um homem excedente na Terra: Malthus”. E nessa mesma linha seguiam muitos teóricos que acreditavam que a desigualdade na relação entre recursos naturais, alimentos e o crescimento populacional não estava no número de habitantes, mas na distribuição de renda. Em geral, muitas dessas ideias aproximavam-se dos ideais defendidos por Karl Marx, sendo então relacionadas com o que se chamou de Teoria Marxista ou Reformista da população.
Assim, para essa concepção, não é o “controle moral” da população o necessário para combater a ocorrência da fome e da miséria, mas a adoção de políticas sociais de combate à pobreza, com a aplicação de leis trabalhistas que assegurem a melhoria na renda do trabalhador. A democratização dos meios sociais e de produção também é considerada uma estratégia nesse mesmo sentido.
Teoria neomalthusiana
Logo após o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os principais países desenvolvidos do mundo iniciaram um processo de explosão demográfica, com um aumento rápido e repentino de sua população. Da mesma forma, nos anos seguintes, muitos países subdesenvolvidos (incluindo o Brasil) passaram pelo mesmo processo, sobretudo porque nesses países, com históricos de altas natalidades e mortalidades, o número de óbitos foi reduzido e a expectativa de vida, elevada.
Por isso, a população do planeta novamente começou a crescer, por isso as teorias de Malthus ganharam um novo eco entre muitos pensadores e governantes. O Neomalthusianismo é, pois, a retomada desse pensamento, com diferenças no que diz respeito às formas de controle do crescimento populacional.
Para o neomalthusianismo, as populações, sobretudo as de baixa renda, deveriam ter os seus índices de natalidade controlados. Para isso, a difusão dos métodos contraceptivos tornou-se fundamental. Em alguns países, governos adotaram medidas de esterilização em massa sobre pessoas pobres, além de distribuírem anticoncepcionais gratuitamente e promover campanhas de conscientização. Difundem-se, até os dias atuais, muitas campanhas ou imagens publicitárias com o modelo ideal de família formado pelos pais e dois filhos apenas.
Transição demográfica
A concepção da transição demográfica é uma proposição mais atual que afirma que todos os países, cedo ou tarde, apresentarão padrões gerais no que diz respeito à ordem do crescimento demográfico.
A transição demográfica considera que a explosão demográfica é um fenômeno transitório, geralmente causado pelo desenvolvimento econômico e social das nações, o que resulta na queda imediata das taxas de mortalidade, o que eleva o número de habitantes. Por outro lado, a natalidade também diminui, mas em um ritmo mais lento, o que faz com que a explosão demográfica inicial seja substituída gradativamente por uma diminuição no ritmo de crescimento do número de habitantes.
Foi assim, por exemplo, que ocorreu na Europa, que hoje apresenta baixíssimos crescimentos populacionais. No Brasil também não foi diferente, pois a população aumentou rapidamente ao longo do século XX, mas teve seu crescimento diminuído nas últimas décadas. O principal efeito disso – e também o principal motivo de preocupações – é o envelhecimento populacional.
O Brasil, até pouco tempo atrás, era considerado um país jovem, com boa parte da população com média de idades baixas. Atualmente, passou a ser considerado um país adulto, com potencial para tornar-se um país idoso nas próximas décadas. Na Europa, o envelhecimento populacional já é uma realidade, o que ocasiona uma série de problemas relacionados com a previdência social e com a diminuição da PEA (população economicamente ativa).
Ironicamente, no continente europeu, o problema atual é exatamente o contrário imaginado por Malthus, pois não é o crescimento acelerado da população a principal tônica da questão, mas o crescimento moderado além da conta. Em países como França e Alemanha, políticas de incentivos à natalidade são realizadas, incluindo o pagamento de bolsas e benefícios para casais que tiverem um terceiro filho.

Por Me. Rodolfo Alves Pena


1 Ano - EM 1º BM - fevereiro de 2017

Espaço Geográfico


espaço geográfico é aquele que foi modificado pelo homem ao longo da história. Que contém um passado histórico e foi transformado pela organização social, técnica e econômica daqueles que habitaram ou habitam os diferentes lugares (“o espaço geográfico é o palco das realizações humanas”).
Um conceito bastante presente na geografia em geral, o espaço geográfico apresenta definição bastante complexa e abrangente. Outros conceitos também relacionados ao espaço geográfico, ou antes, que estão contidos nele são: lugar, que é um conceito ligado a um local que nos é familiar ou que faz parte de nossa vida, e paisagem que é a porção do espaço que nossa visão alcança e é produto da percepção.
A primeira definição de “espaço” foi feita pelo filósofo Aristóteles para o qual este era inexistência do vazio e lugar como posição de um corpo entre outros corpos. Aristóteles ignorava o homem como constituinte do espaço, contudo, ele já considerava um aspecto importante da estrutura do espaço geográfico, a localização.
Mais adiante, no século XVIII, Immanuel Kant define o espaço como sendo algo não passível de percepção, porém, o que permite haver a percepção. Ou seja, Kant introduziu a idéia de que o espaço é algo separado dos demais elementos espaciais. Entretanto, suas idéias não permitem concebê-lo como algo constituído de significado ou estrutura própria.
Mais tarde, outros filósofos inserem o homem como um componente essencial para a compreensão do espaço, com ser que cria e modifica espaços de acordo com suas culturas e objetivos. Por último, seguiu-se a concepção filosófica de espaço proposta por Maurice Merleau-Ponty: “O espaço não é o meio (real ou lógico) onde se dispõe as coisas, mas o meio pelo qual a posição das coisas se torna possível.”. Todas estas são concepções filosóficas do espaço que, entretanto, diferem um pouco da concepção geográfica.
A concepção geográfica de espaço que predominou de 1870 a meados de 1950, embora este ainda não fosse considerado como objeto de estudo, foi a introduzida por Ratzel e Hartshorne para os quais a concepção de “espaço vital” se confundia com a de território a medida em que era atrelado à ele uma relação de poder. Hatshorne usa o conceito de Kant, ou seja, para ele o espaço em si não existe, o que existe são os fenômenos que se materializam neste referencial. Aqui, espaço e tempo são desprezados.
A partir de 1950 o espaço passa a ser associado à noção de “planície isotrópica” (superfície plana com as mesmas propriedades físicas em todas as direções, homogênea) sob a ação de mecanismos unicamente econômicos (uso da terra, relações centro – periferia, etc.).
Em 1970 surge uma nova concepção atrelada à geografia crítica, que tem com base os pensamentos marxistas e para a qual o espaço é definido como o locus da reprodução das relações sociais de produção. Nesta concepção espaço e sociedade estão intimamente ligados.
Mais tarde surge uma nova concepção epistemológica para geografia que passa a encarar o espaço como fenômeno materializado. Ou, nas palavras de ALVES (1999), o espaço “é produto das relações entre homens e dos homens com a natureza, e ao mesmo tempo é fator que interfere nas mesmas relações que o constituíram. O espaço é, então, a materialização das relações existentes entre os homens na sociedade.”.
Fontes
http://www.ub.es
http://www.ig.ufu.br
ALVES, Glória da Anunciação. Cidade, Cotidiano e TV. In: CARLOS, A. F.(org.) A geografia na sala de aula. In: DUARTE, M. de B. (et all) Reflexões sobre o espaço geográfico a partir da fenomenologia. Revista eletrônica: Caminhos de Geografia 17 (16) 190-196. UFU, 2005.

Arquivado em: Geografia

ANÁLISE DE ESTRUTURA E CONJUNTURA

O que é conjuntura?

          Combinação ou concorrência de acontecimentos ou circunstâncias num dado momento.
          Conjunção de elementos de que depende, num dado momento, a situação política, econômica, social, etc. dum país ou de um grupo de países ou de uma região.
          Uma configuração dada, definida num tempo curto.



O que é análise de conjuntura?

          A análise de conjuntura é uma mistura de conhecimento e descoberta, é uma leitura especial da realidade e que se faz sempre em função de alguma necessidade ou interesse.
          Não há análise de conjuntura neutra, desinteressada: ela pode ser objetiva mas estará sempre relacionada a uma determinada visão do sentido e do rumo dos acontecimentos.
          A análise de conjuntura é não somente parte da política com é si mesma um ato político.
          Faz análise política quem faz política, mesmo sem saber.
          Exemplo: quando um analista de RI vai a um programa de TV analisar as eleições americanas ele omite opiniões que podem influir a opinião pública sobre tal ou qual candidato.
          Análise de conjuntura é uma tarefa complexa, difícil e que exige não somente um conhecimento detalhado de todos os elementos julgados importantes e disponíveis de uma situação determinada, como exige capacidade de perceber, compreender, descobrir sentidos, relações, tendências a partir dos dados e das informações.

Categorias para análise de conjuntura
          Para fazer análise de conjuntura são necessárias algumas ferramentas próprias para isso.
        São necessárias definir algumas categorias de análise.
        É preciso ter um método de análise

Categorias para análise de conjuntura

          Acontecimentos
          Palco dos acontencimentos
          Atores
          Relação de forças
          Articulação (relação) entre “estrutura” e “conjuntura”.
          Outras indicações que se deve levar em conta na análise de conjuntura

Acontecimentos

          Fato x Acontecimento
          Na vida real acontecem milhares de fatos todos os dias em todas as partes mas somente alguns desses fatos são considerados como acontecimentos.
          Acontecimentos são fatos que adquirem um sentido especial para um país, uma classe social, um grupo social ou uma pessoa.
          Existem ocorrência que se constituem em “acontecimentos”, tais como greves gerais, eleições presidenciais, guerras, catástrofes, descobertas científicas de grande alcance.
          Essas ocorrências por sua dimensão e seus efeitos afetam o destino e a vida de milhões de pessoas, da sociedade em seu conjunto.
          Exemplo: O fracasso da Rodada de Doha pode ser considerado um “acontecimento” dadas as repercussões futuras que terá nas relações internacionais de comércio nos próximos anos.
          Na análise de conjuntura o importante é analisar os acontecimentos, sabendo distinguir fato de acontecimento e, depois, distinguir os acontecimentos segundo sua ordem de importância.
          Essa importância e peso são sempre relativos e dependem da ótica de quem analisa a conjuntura, pois ela pode ser ótima para uns e péssima para outros.
          Identificar os principais acontecimentos num determinado momento, ou período de tempo, é um passo fundamental para se caracterizar e analisar uma conjuntura.

Palco dos acontecimentos

          As ações da trama social e política se desenvolvem em determinados espaços que podem ser considerados como o palco dos acontecimentos.
          O palco de um conflito pode se deslocar de acordo com o desenvolvimento da luta: passar das ruas e praças para o parlamento, daí para os gabinetes ministeriais e daí para os bastidores.
          O palco dos acontecimentos influenciam o desenvolvido das lutas sociais; a simples mudança de palco já é uma indicação importante de uma mudança no processo.
          A capacidade de definir o palco dos acontecimentos onde as lutas vão se dar é um fator de vantagem importante.

Atores

          O ator é alguém que representa, que encarna um papel dentro de um enredo, de uma trama de relações.
          Um determinado indivíduo é um ator social quando ele representa algo para a sociedade (para o grupo, a classe, o país), encarna uma idéia, uma reivindicação, um projeto, uma promessa, uma denúncia.
          Uma classe social, uma categoria social, um grupo social, um país ou grupo de países podem ser atores sociais.
          Instituições também podem ser atores sociais

Relações de Forças

          As classes sociais, os grupos de pessoas, empresas, países, enfim, os diferentes grupos sociais estão em relação uns com os outros.
          Essas relações podem ser de confronto, de coexistência, de cooperação e estão sempre revelando uma relação de força, de domínio, igualdade ou de subordinação.
          Avaliar essa relação de forças é decisivo se se quer tirar conseqüências práticas da análise de conjuntura.

Relação entre “estrutura” e “conjuntura”

          Estrutura é o conjunto de elementos estáveis que presidem a organização da sociedade, da economia e da política, que lhe dão uma forma, uma ordem e uma estabilidade.
          Os acontecimentos, a ação desenvolvida pelos atores sociais, gerando uma situação, definindo uma conjuntura, não se dão no vazio; eles se relacionam com a história, com o passado, com relações sociais, econômicas e políticas estabelecidas ao longo de um processo mais longo.

Outras indicações que se deve levar em conta na análise de conjuntura

          Perceber o conjunto de forças e problemas que estão por detrás dos acontecimentos; para se extrair o “sentido” dos acontecimentos é preciso compreender seu pano de fundo, que nem sempre está claro.
          Tão importante quando entender o que já está acontecendo é estar atendo aos sinais dos fenômenos novos que começam a se manifestar.
          É importante buscar o “fio condutor” dos acontecimentos. É fundamental pesquisar o encadeamento, a lógica, as articulações, os sentidos comuns dos acontecimentos.
          Existem duas leituras possíveis dos acontecimentos ou dois modos de ler a conjuntura:
          A partir da situação ou do ponto de vista do poder dominante (a lógica do poder).
          A partir do ponto de vista ou do ponto de vista dos movimentos populares, das classes subordinadas, da oposição ao poder dominante.
          De modo geral as análises de conjunturas são conservadoras: sua finalidade é reordenar os elementos da realidade, da situação dominante, para manter o funcionamento do sistema (correção de rota).
          Partir do ponto de vista de quem questiona o status quo não é “inventar” situações, acontecimentos e correlações de força que satisfaçam a imaginação de analistas interessados, mas percebe-los a partir da ótica dos interesses das classes subordinadas, dado que toda análise de conjuntura só adquire sentido quando é usada como um elemento de transformação da realidade.
          A análise de conjuntura de modo geral é uma análise interessada em produzir um tipo de intervenção política; é um elemento fundamental na organização da política, na definição de estratégias e táticas das diversas forças sociais em luta.
          Uma questão chave na análise de conjuntura é a percepção da complexidade e da dificuldade em determinar relações de causalidade de tipo unilinear, simples. Existe um elemento constante de imprevisibilidade em relação à ação política.

Guia prático para fazer análise de conjuntura
          1º passo: identificar fatos e acontecimentos
        A partir da leitura diária dos jornais e revistas (impressos ou eletrônicos) captar as notícias relacionadas com o tema em estudo que se tornaram manchete na imprensa (recortar ou imprimir).
        Ler atentamente as matérias procurando identificar:
          Os fatos mais importantes (nem sempre o título da matéria revela o fato mais relevante; é preciso “ler nas entrelinhas”).
          Os principais atores em questão (países, governos, instituições, pessoas).
        Ordenar os fatos por ordem de importância, distinguindo “fatos” de “acontecimentos”, registrando-os na planilha 1.
        Arquivar o material original em uma pasta temporária, para eventuais consultas posteriores.
2º passo: relacionar fatos e acontecimentos
        Na medida em que a planilha for sendo preenchida, verificar se há correlação de causalidade entre os fatos e registrar tais correlaçoes por meio de setas. Nas análises sociais, a grande dificuldade é identificar corretamente  a relação e a correlação entre causa e efeito. Como distinguir corretamente o que é causa e o que efeito de determinadas conjunturas e estruturas socais.
        Exemplo:
        Num caso hipotético onde o objeto de estudo é a China, registra-se no D1 que houve eleições em Taiwan que foram vencidas por um partido nacionalista pró-China.
        No D2 registra-se que houve manifestações separatistas no Tibet.
        No D3 registra-se que a China quer fazer dos Jogos de Pequim a vitrine da China moderna.
        No D4 registra-se que o Congresso dos EUA quer aprovar uma tarifa de importação sobre os produtos chineses para compensar uma taxa de câmbio supostamente desvalorizada.
        Estes fatos podem estar correlacionados, ou não.

          3º passo: relacionar conjuntura e estrutura
        Na medida em a conjuntura for sendo identificada, é necessário que o cenarista tenha bem claro a distinção entre conjuntura e estrutura de forma a:
          Perceber o conjunto de forças e problemas que estão por trás dos acontecimentos de modo a identificar o “sentido” dos acontecimentos e  o pano de fundo  no qual se desenrola determinada ação.
No caso do exemplo anterior, o pano de fundo pode a preocupação dos Estados Unidos e demais potencias do Ocidente com a ascensão econômica da China e com a possibilidade da China vir a dominar o cenário econômico mundial, desafiando a hegemonia americana

          4º passo: identificar os palcos dos acontecimentos
        É preciso olhar os palcos dos acontecimentos: espaços sociais, lugares, onde estão ocorrendo os acontecimentos: se é no Congresso, no Executivo, na sociedade civil; se é numa cidade, região, no país como um todo, ou na esfera internacional
          O palco dos dos acontecimentos podem se alterar rapidamente alterando completamente o sentido e o rumo dos acontecimentos.
          Exemplos:
        Uma operação da política federal desencadeada supostamente para investigar ações ilícitas de um empresário transformou-se num evento político nacional pondo em confronto os poderes legislativo, executivo e judiciário.
        As manifestações pró independência do Tibet ganharam uma nova dimensão internacional com as Olimpíadas de Pequim.

          5º passo: identificar os atores
        É preciso identificar corretamente os agentes sociais, políticos e econômicos que estão agindo e interagindo. Quem são esses agentes? São pessoas individuais, grupos organizados, movimentos sociais, partidos políticos, sindicatos, os meios de comunicação, grupos econômicos nacionais, internacionais, países, blocos de países?
        A identificação correta das forças que estão por trás dos fatos e acontecimentos é um elemento fundamental na análise de conjuntura, pois a partir dessa identificação podemos identificar corretamente o “sentido” dos acontecimentos.

          6º passo: identificar a correlação de forças
        A correta avaliação da correlação de forças é decisiva para se tirar conseqüências práticas da análise de conjuntura.
        No caso específico da construção de cenários prospectivos é preciso estar atento para fatos, acontecimentos e novos atores, que mesmo estando numa situação de pouca evidência no momento da análise, podem representar “fatos portadores de futuro” que são elementos fundamentais para a construção de cenários.
        Exemplo: pelos dados atuais, o uso da biomassa com alternativa energética ao petróleo, tem uma importância quase insignificante; isso não quer dizer, entretanto, que dentro de dez ou vinte anos essa correlação não se altere e a biomassa se torna numa alternativa de peso para a geração de energia.

          7º passo: identificar os “fatos portadores de futuro”
        A análise de conjuntura é sempre realizada com algum propósito. Usualmente, seu propósito é o de orientar a ação política prática, seja num sentido conversador (correções de rota), seja num sentido transformador (definir um nova rota).
        No caso específico deste curso nosso propósito é o projetar cenários futuros. Nesse sentido, a análise de conjuntura deverá permitir:

A análise da conjuntura atual deverá permitir

          i) a identificação da situação no momento inicial do estudo
          ii) a visão clara das principais variáveis e dos indicadores
          iii) a identificação dos atores e a compreensão de seus respectivos papéis
          iv) a tabulação das principais informações
          v) a identificação de rupturas
          vi) a identificação de fatos portadores de futuro
          vii) o refinamento dos limites da dimensão em estudo