O poder dos Brics:
conheça os países que formam o grupo
04/09/2017 -
19H51 - ATUALIZADA ÀS 19H54 - POR DANIELA FRABASILE
O nome foi
criado em 2001, quando o economista Jim O’Neill usou a sigla Bric para designar
as economias que mais deveriam crescer no futuro. Na época, ele alertava que as
economias emergentes cresceriam a taxas mais aceleradas do que as maiores
economias do mundo. Brasil, Rússia, Índia e China então ganharam destaque nas
discussões sobre o mercado global e passaram a representar o crescimento dos
países emergentes. Na época, os PIBs dos BRIC, somados, equivaliam a 8% da
economia global — hoje esse número chega a 22%. A África do Sul só se juntou ao
grupo em 2011, quando a sigla foi atualizada para o Brics atual.
Muita coisa
mudou até agora. Uma crise global em 2008 criou um obstáculo a mais para o
crescimento de todos os países. Brasil e Rússia passaram por importantes crises
internas e o avanço da China vem se desacelerando. Mas, apesar disso, o grupo,
que antes era apenas uma sigla, formou-se na prática e criou um banco próprio
para investimentos.
Nesta
semana, os líderes dos Brics estão reunidos em Xiamen, no Sul da China. O
encontrou, que começou no domingo (03/09), termina nesta terça-feira (05/09).
Veja algumas informações sobre os
países que compõem o grupo.
Crescimento econômico
Em 2001, a
China era a sexta maior economia do mundo, atrás de Estados Unidos, Japão,
Alemanha, Reino Unido e França. Hoje, segundo o Banco Mundial, o gigante
asiático é a segundo maior economia, com PIB de US$ 11 trilhões, atrás apenas
dos EUA (US$ 18 trilhões). Apesar de estar ainda muito atrás do primeiro
colocado, o tamanho da economia chinesa vai muito além da japonesa, que está em
terceiro lugar na lista e tem um PIB de US$ 4,4 trilhões.
A Índia, que
no início do século ficava em décimo lugar na lista das economias mais fortes,
avançou e ficou em sétimo. O Brasil se manteve em nono lugar, com PIB
equivalente a US$ 1,8 trilhão em 2016. A Rússia, que em 2001 era a décima
primeira maior economia, agora está em 12º lugar.
Projeção de crescimento
Em
crescimento esperado para os próximos anos, a Índia toma a dianteira. Segundo
projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB do país deve crescer 7,2%
em 2017 e 7,7% em 2018. A China tem o crescimento esperado de 6,7% neste ano e
de 6,4% no ano que vem.
Após anos de
queda, o Brasil deve crescer 0,3% neste ano, na projeção do FMI, e 1,3% no ano
que vem. A Rússia, que via sua economia encolher nos últimos anos, deve crescer
1,4% em 2017 e em 2018. Já a África do Sul deve reportar uma alta de 1% neste
ano e de 1,2% no ano que vem.
Em 2050
De acordo
com as projeções da PwC, as economias emergentes de hoje serão maioria na lista
de maiores do mundo em 2050. Com exceção dos Estados Unidos, países
desenvolvidos, como Japão e Alemanha, terão recuado nos rankings globais até
2050, sendo substituídos por Índia, Indonésia, Brasil, México e Rússia.
Diferente do ranking do Banco Mundial, porém, a PwC faz seu levantamento
considerando a Paridade de Poder de Compra (PPC).
Veja a lista
das dez maiores economias em 2050, de acordo com a PwC:
1. China —
US$ 58,499 trilhões
2. Índia —
US$ 44,128 trilhões
3. Estados
Unidos— US$ 34,102 trilhões
4. Indonésia
— US$ 10,502 trilhões
5. Brasil —
US$ 7,540 trilhões
6. Rússia —
US$ 7,131 trilhões
7. México —
US$ 6,863 trilhões
8. Japão —
US$ 6,779 trilhões
9. Alemanha
— US$ 6,138 trilhões
10. Reino
Unido— US$ 5,369 trilhões
População
Em 2014, os
Brics fizeram um levantamento com dados sobre suas economias e suas populações.
Com 1,3 bilhão de pessoas, a China é o país mais populoso do grupo, seguido
pela Índia (1,2 bilhão). O Brasil fica em terceiro lugar, com 201 milhões de
habitantes. A Rússia tem 144 milhões, deixando a África do Sul em último lugar,
com 52 milhões.
O Brasil é o
país que tem o maior percentual da população morando nas cidades. Por aqui,
mais de 85% da população é urbana. Na Rússia, 74% das pessoas moram em cidades.
Na China, essa proporção cai para 54%. Já na Índia a maior parte da população,
70%, ainda vive no campo.
Gasto em saúde e educação
No mesmo
relatório, os Brics compararam os gastos anuais com saúde e educação, em
percentual do PIB. Os dados são de 2011 a 2013, dependendo do país. O país que
mais investe em educação é a África do Sul, que gasta 6,8% de seu PIB na pasta.
O Brasil fica em segundo lugar, com 5,3%. Rússia e China ficam empatadas, com
4,3%. O investimento do governo indiano em educação equivale a 3,3% do PIB do
país.
Já na área
da saúde, a China é a que mais investe, com gasto de 5,4% do PIB. O Brasil
aparece em segundo lugar com 5%, seguido por África do Sul (4%), Rússia (3,5%)
e Índia (1,4%).
IDH
Se nos
índices econômicos os Brics são destaque positivo, em rankings de qualidade de
vida esses cinco países ainda têm muito o que avançar. No Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud), Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul não estão
nem perto do topo da lista.
O mais bem
colocado é a Rússia, em 49º lugar. O Brasil aparece em 79º, a China em 90º. A
África do Sul ficou com a 119ª posição e a Índia em 131ª.
Gini
Outro
problema comum entre os países que formam os Brics é a desigualdade. Para medir
isso, o índice de Gini mostra a concentração de renda entre os cidadãos de cada
país. As notas variam de 0 a 100, sendo que 0 representa a igualdade absoluta e
100 a desigualdade absoluta. Estimativa do Banco Mundial aponta que o país mais
desigual do grupo é a África do Sul, com índice de 63. Em seguida, aparece o
Brasil, com 51. China (42), Rússia (41) e Índia (35) encerram a lista.
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